Analogias
Com o tempo vamos percebendo certas similitudes entre
as coisas: há um quê de equiparação entre os sabores, os aromas, as dores, as
cicatrizes, os prestígios, os desamores, os odores, as fragrâncias...
E, então, o chiclete do colegial se parece com
o marshmallow do hotel, o
café da vovó com o do vizinho solitário, a fama da atriz com a do jogador, o
olhar do primeiro amor com aquele que precede o “Sim!... e viveram felizes para
sempre”; o chulé do irmão mais velho com o lixo que há dias deixaram de
recolher; o perfume sinestésico daquele amor que exala, por vezes, em meio à multidão
e, por ela ser multidão, não sabemos a direção exata de sua origem. Em tudo
isso e em muito mais estão condensados nossos mistérios. NOSSOS! Partilhamos
com os outros nossas mais infinitas e secretas vias de sentido mesmo que
sejamos timidamente NOSSOS!
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